Uma
vez escrevi que a Folha devia mudar seu slogan. Em vez de um jornal a serviço
do Brasil, devia se autodefinir como um jornal a serviço de si mesmo — e dos
amigos plutocratas.
Ela
não está a serviço nem sequer dos seus leitores.
Considere.
A
notícia política mais importante dos últimos dias foi uma pesquisa que mostrava Lula na liderança em todos os
cenários.
Alguns
meses atrás, a mesma pesquisa dera Lula na frente no primeiro turno.
Marina liderava nas intenções de voto para o segundo turno na maior parte das
simulações.
Desta
vez, Lula sobrou em todos os cenários — no primeiro e no segundo turno.
O
leitor da Folha não
foi informado disso. Para ser mais exato: foi miseravelmente informado. A Folha deu com um dia de atraso e sem
sequer chamada de primeira página.
O
serviço essencial que um jornal deve oferecer ao leitor é boa informação. Mas a
Folha não está a serviço deles.
Na
rodada anterior da mesma pesquisa, no final do ano passado, a Folha deu destaque a ela. Foi assunto
de primeira página. Mas puxou a chamada pelo bom desempenho de Marina no
segundo turno. E escondeu Lula no rodapé.
Desta
vez, como não havia jeito de sumir com Lula, o jornal optou por simplesmente
fingir que nada acontecera.
A
isso se dá o nome de jornalismo de guerra. É o que a Folha pratica, em seu
esforço insano para exterminar a esquerda no país, a começar por Lula e o
PT. Não é uma ação isolada: todas as grandes empresas de mídia praticam, e já
faz tempo, jornalismo de guerra.
Imagine
se a pesquisa fosse dominada por Aécio, e não por Lula. Todas as
manchetes girariam em torno disso. O Jornal Nacional daria
intermináveis minutos ao tema.
O
próprio Aécio, curiosamente, acabou sendo vítima do mau jornalismo das
grandes companhias.
Numa
entrevista ao jornalista Tales Faria, do site Os Divergentes, ele mostrou que
não soubera da pesquisa. Suas fontes de informação não a noticiaram.
O
jornalista perguntou-lhe sobre o desempenho de Lula. Aécio respondeu que
Lula não é “competitivo” porque fatalmente perderia no segundo turno.
Quer
dizer: Aécio desconhecia a pesquisa, uma vez que a grande novidade
era, exatamente, Lula na dianteira em todos os cenários no segundo turno.
Parece
claro, a esta altura, que Lula só não volta ao Planalto em 2018 se for
preso.
Mas
quem terá coragem de prendê-lo diante da real possibilidade de uma convulsão
social por conta disso?
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