Por que a presidente Dilma
Rousseff foi afastada do cargo? Oficialmente, em razão das "pedaladas
fiscais", uma prática comum a praticamente todos os governos.
No entanto, Brasília inteira
sabe que o motivo real foi outro. Dilma não conseguiu deter a Operação Lava
Jato, oferecendo proteção à classe política. Muitos deputados e senadores
chegaram até a desconfiar de que Dilma pretendia levar a operação ao limite, provando
que ela, e apenas ela, não tinha rabo preso com a corrupção.
Foi nesse contexto em que
surgiu a conversa entre o senador Romero Jucá (PMDB-RR) e o ex-presidente da
Transpetro, Sergio Machado, revelando a real natureza do processo de
impeachment. Era necessário "estancar essa sangria", contendo a Lava
Jato, num acordo que envolveria até o Supremo Tribunal Federal.
Eis a mercadoria que se
esperava de Michel Temer.
Ele, no entanto, não foi capaz
de entregá-la e hoje são seus aliados no processo de impeachment que entram na
linha de tiro.
O principal deles, Eduardo
Cunha, foi preso na última quarta-feira e, se vier a delatar, pode levar junto
mais de uma centena de deputados, comprovando a tese de que o impeachment foi
"uma assembleia de bandidos presidida por um bandido", como disse o
escritor português Miguel Sousa Tavares.
Se isso não bastasse, os
principais senadores peemedebistas foram alvo de acusações de propina nas
revistas semanais, na mesma semana em que o Senado foi alvo de uma inédita
batida policial.
Sem resultados na economia, com
popularidade baixíssima, e incapaz de proteger a classe política, é Temer quem,
a partir de agora, entrará na mira dos mesmos políticos que derrubaram Dilma.
Via Brasil 247
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