O presidente em exercício Michel Temer vai recorrer
ao aumento de tributos para diminuir o rombo nas contas públicas em 2017. Mesmo
assim, a meta de déficit fiscal será superior a R$ 150 bilhões. Na noite dessa
quarta-feira, após reunião com Temer e a equipe econômica, o senador e relator
da Lei de Diretrizes Orçamentárias, Wellington Fagundes (PR-MT), informou que a
previsão de receitas será elevada com o aumento da Cide (imposto sobre os
combustíveis) e recursos com concessões e privatizações. Também estão em
análise outros tributos que não dependam do Congresso.
Segundo fontes, a elevação da
Cide, de R$ 0,10 para R$ 0,60, por exemplo, poderia resultar num reforço de
caixa anual de até R$ 15 bilhões. Sem essas medidas adicionais, o déficit para
2017 poderia chegar a R$ 194 bilhões, informou o presidente da Comissão Mista
do Orçamento, o deputado Arthur de Lira (PP-AL).
Fazenda, Planejamento, Banco
Central e Receita ainda têm números diferentes e há como “arrefecer” o déficit
do ano que vem, explicou Lira. “Falamos de impostos, privatizações, concessões,
repatriação e da importância também de a PEC do teto dos gastos ser aprovada.”
O ministro da Fazenda, Henrique
Meirelles, informou no encontro que o governo já recolheu R$ 8 bilhões na
repatriação de recursos. Segundo fontes, a proposta levada por Meirelles é de
uma de meta mais próxima de R$ 140 bilhões a R$ 150 bilhões. Mas a ala política
do governo, entre eles o senador Romero Jucá (PMDB-RR), insistiu num valor mais
elevado, em torno de R$ 160 bilhões.
O dia de discussões intensas fez, no
meio da tarde, Temer quebrar o protocolo e ir ao gabinete do ministro da Casa
Civil, Eliseu Padilha, para reunião com Meirelles. No ritual do poder,
ministros é que vão ao presidente, e não o contrário. Sem superar o impasse,
Temer pediu aos ministros da área econômica um número fechado para a meta até o
meio-dia de hoje. Sua intenção é anunciá-la até o fim do dia.
O presidente também encomendou
medidas adicionais, principalmente relacionadas ao controle de gastos. “Ele não
quer que o discurso de aumento de receitas fique focado apenas em impostos”,
disse uma fonte. Uma delas é a revisão do auxílio-doença, que foi anunciada no
fim do mês pelo ministro interino do Planejamento, Dyogo Oliveira.
Via Ceará Agora
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