O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes suspendeu
ontem (12) a coleta de provas no inquérito que investiga o senador Aécio Neves
(PSDB-MG) por supostas irregularidades na empresa estatal de energia elétrica
de Furnas. Na mesma decisão, o magistrado devolveu o inquérito ao
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, para reavaliação.
No despacho, Mendes ressalta que a defesa do senador demonstrou não
existirem novos fatos que embasem o pedido de investigação. “Os elementos de
prova aqui coligidos já eram do conhecimento da Procuradoria-Geral da
República. O único elemento novo seria o depoimento de Delcídio do Amaral.
Sustenta, no entanto, que as declarações do colaborador não forneceram nenhum
acréscimo relevante ao conjunto probatório”, diz o despacho.
No dia (10), o ministro foi designado como relator do inquérito
que investiga o senador. Já o ministro Dias Toffoli foi escolhido para relatar
o pedido contra o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). As duas relatorias foram
definidas por distribuição eletrônica. Os fatos estão associados à investigação
da Operação Lava Jato. No entanto, o ministro Teori Zavascki pediu à
Presidência da Corte a redistribuição dos pedidos de abertura de inquérito nas
investigações sobre os parlamentares.
Em despacho, Teori disse não ver “relação de pertinência imediata” da
representação criminal apresentada pela Procuradoria-Geral da República contra
Aécio e Cunha, apesar de os indícios contra os dois parlamentares terem surgido
em meio às investigações da Lava Jato.
Conforme manifestação do procurador-geral da República, Rodrigo Janot,
ao STF no pedido de abertura de inquérito contra Aécio, além das acusações
contra o tucano feitas pelo doleiro Alberto Yousseff em delação premiada,
surgiram “fatos novos” a partir da delação do senador cassado Delcídio do
Amaral.
Em delação homologada pelo STF, Youssef disse, primeiramente, que o
PSDB, por intermédio do senador Aécio Neves, “possuía influência” em uma
diretoria de Furnas, juntamente com o PP, e havia o pagamento de valores de
empresas contratadas.
Em segundo depoimento, o doleiro declarou que o PSDB, por meio de Aécio
Neves, “dividiria uma diretoria em Furnas” com o PP, por meio de José Janene.
Youssef disse ainda que Aécio também “teria recebido valores mensais”, por meio
de sua irmã, de uma das empresas contratadas por Furnas, a Bauruense, no
período entre os anos de 1994 e 2000/2001.
Via Agencia Brasil
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