O ex-presidente do PSDB de Minas Gerais Nárcio Rodrigues da Silveira foi
preso ontem (30) sob suspeita de participar de um esquema de desvio de recursos
públicos investigado pela Operação Aequalis (termo em latim que significa
igual), deflagrada pelo Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG). Secretário
de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior mineiro durante o governo Antonio
Anastasia, Silveira é pai do deputado federal Caio Nárcio Nárcio (PSDB-MG).
Além do tucano, foram presos temporariamente Neif Chala, ex-servidor da
Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de Minas;
Alexandre Pereira Horta, engenheiro do Departamento de Obras Públicas do
estado; Luciano Lourenço dos Reis, funcionário da CWP Engenharia Ltda; Maurílio
Reis Bretãs, sócio administrador da CWP Engenharia Ltda; e o português Hugo
Alexandre Timóteo Murcho, diretor no Brasil da multinacional portuguesa Yser e
da empresa Biotev Biotecnologia Vegetal ltda.
De acordo com o Ministério Público mineiro, o grupo é suspeito de
desviar, entre os anos de 2012 e 2014, mais de R$ 14 milhões em recursos
públicos que deveriam ser destinados à construção e a projetos da Cidade das
Águas, desenvolvida no município mineiro de Frutal pela Fundação Hidroex,
vinculada à Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior de
Minas.
Os envolvidos responderão pela prática dos crimes de peculato, corrupção
ativa e passiva, fraude a licitações, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Os presos foram levados para a Penitenciária Nelson Hungria, na região
metropolitana de Belo Horizonte. De acordo com o MP-MG, dois investigados foram
presos em flagrante por posse de arma de fogo e munições. Ainda estão foragidos
outros investigados, entre eles o presidente do grupo econômico multinacional
português Yser, Bernardo Ernesto Simões Moniz da Maia.
Foram cumpridos ainda 27 mandados de busca e apreensão, sendo os alvos
localizados nos municípios mineiros de Belo Horizonte, Frutal, Uberaba,
Conselheiro Lafaiete e São João Del Rei e também em São Paulo. O material
apreendido foi acondicionado em 84 sacos lacrados, contendo documentos,
computadores, aparelhos celulares e mídias digitais.
Em nota, o Ministério Público de Minas Gerais informou que o objetivo da
operação foi colher elementos de prova sobre a prática dos crimes de peculato,
corrupção ativa e passiva, fraude a licitações, lavagem de dinheiro e
organização criminosa. “As investigações foram intensificadas no segundo
semestre de 2015, a partir da conjugação de esforços com a Controladoria-Geral
do estado, que encaminhou ao Ministério Público relatórios conclusivos
apontando o desvio de recursos públicos. Até o momento, não há indícios do
envolvimento de autoridades com foro por prerrogativa de função”, diz trecho do
documento.
As investigações foram conduzidas pela Promotoria de Justiça de Defesa
do Patrimônio Público de Frutal e pelo Grupo Especial de Promotores de Justiça
de Defesa do Patrimônio Público.
Impeachment
Na votação da admissibilidade do processo de impeachment da
presidente afastada Dilma Rousseff no plenário da Câmara, o deputado Caio
Nárcio fez uma homenagem ao pai, preso hoje. Com a bandeira do Brasil nas mãos,
ao votar favoravelmente pelo afastamento da petista, o deputado mineiro
defendeu um país mais decente e mais honesto.
“Por um Brasil onde meu pai e meu avô diziam que decência e honestidade
não eram possibilidade, era obrigação. Por um Brasil onde os brasileiros tenham
decência e honestidade. Por Minas, pelo Brasil, para os jovens que estão lá
fora nas ruas, verás que o filho teu não foge à luta, sim”, votou Caio Nárcio.
Outro lado
Por meio de nota, a assessoria do PSDB mineiro disse não ter detalhes
sobre a operação. Segundo o texto, o partido "defende que, havendo
indícios de irregularidades, elas sejam investigadas pelos órgãos competentes
e, em havendo comprovação de crime, eles sejam punidos".
Sobre o Instituto Hidroex, alvo das investigações, a legenda informou o
projeto foi aprovado em 2007 pela Unesco e que as obras foram iniciadas em
2011. "Em 2014, as obras foram paralisadas e retomadas em 2016", diz
trecho da nota. A reportagem não localizou o deputado Caio Nárcio.
Via Agencia Brasil
Via Agencia Brasil
0 comentários: