O próximo depoimento marcado pela Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras é o de Hugo Repsold Júnior, nomeado em fevereiro diretor de Gás e Energia da Petrobras. Ele foi gerente-executivo de Gás e Energia da empresa e foi chamado para falar da construção do gasoduto Gasene, entre o Espírito Santo e Bahia. Ele será ouvido no próximo dia 7 de abril.
Mas o depoimento mais aguardado é o do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, marcado para o dia 9 abril pelo presidente em exercício da CPI, deputado Antônio Imbassahy (PSDB-BA). No início do depoimento do ex-gerente geral da Refinaria Abreu e Lima, Glauco Legatti, o relator da CPI, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), havia anunciado que Vaccari seria ouvido apenas no dia 23 de abril.
A antecipação, anunciada por Imbassahy ao final do depoimento, irritou o relator. “A meu ver, o presidente em exercício está fazendo uma mudança para pior”, reagiu Luiz Sérgio. “Vamos ouvir o tesoureiro do PT antes de ouvir algum empresário”, disse. Luiz Sérgio disse que isso é uma manobra para fazer “propaganda” de uma manifestação contra o governo marcada para o dia 12 de abril.
“Eu e o presidente da CPI, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), havíamos combinado um cronograma que tem uma lógica e essa lógica foi alterada pelo presidente em exercício”, protestou Luiz Sérgio.
Vaccari está sendo processado por lavagem de dinheiro pelo Ministério Público Federal e é apontado por delatores do esquema de desvio de dinheiro da Petrobras como arrecadador de propinas de empresas contratadas pela estatal.
O deputado Valmir Prascidelli (PT-SP) acusou o presidente em exercício da CPI de transformar a comissão em palco de uma luta política. “Não há iniciativa partidária na convocação, prevista em cinco requerimentos aprovados”, rebateu Imbassahy.
Sem alteração
Luiz Sérgio ainda tentou mudar as datas e propôs ouvir o empresário Augusto Mendonça Neto, da empresa Toyo Setal, no dia 9, e Vaccari no dia 14. “Seria importante ouvir um empresário primeiro”, disse. Imbassahy se manteve irredutível.
Com a alteração no cronograma e a antecipação do depoimento de Vaccari, ficou sem data marcada a próxima reunião para votação de requerimentos de convocação de novos depoentes, como o empresário Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, apontado como operador do PMDB. “É incrível não termos votado a convocação dele até hoje”, reclamou o deputado Ivan Valente (Psol-SP).
Via O Povo
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