O PT do Ceará decidiu impor obstáculos à possível aliança do governador Cid Gomes (Pros) com o senador Eunício Oliveira (PMDB). O peemedebista, líder do partido do Senado, é pré-candidato ao governo do Estado.
Pelas últimas declarações, Cid já admite renunciar ao mandato no próximo dia 5 de abril, como forma de tornar elegível a candidatura do seu irmão Ciro Gomes (Pros) ao Senado.
Esta manobra também abre espaço para um possível apoio a Eunício na chapa governista que vai disputar a sucessão. Às 13 horas desta sexta-feira (28), Cid e Eunício terão um almoço para discutir os rumos da eleição no Estado. O PT local, porém, considera que nesta configuração o partido sai enfraquecido.
Antes da reviravolta provocada na última semana, havia um acordo no qual Cid ficaria até o fim do mandato e apoiaria um candidato do Pros ao governo. A vaga para o candidato ao Senado ficaria com o PT, que estudava lançar o deputado federal José Guimarães para a disputa. O PMDB, até então, tinha um papel reduzido na composição, com o senador Eunício ameaçando até lançar candidatura própria.
Desde a passagem de Dilma no Estado na semana passada, e por pressão do PMDB nacional, houve uma aproximação entre Cid e Eunício, mudando os rumos das primeiras acertos no Ceará. Assim, caso Eunício assuma a cabeça da chapa, o PT cearense ficaria apenas com a indicação do vice-governador.
"Não vamos aceitar esta condição. O PT é um dos maiores partidos do Ceará e não vai ter seu papel de protagonista diminuído desta forma. Esta aliança precisa ser conversada", diz o presidente estadual do partido, De Assis Diniz. Apesar das queixas públicas, Diniz nega que, em se confirmando este cenário de arrumação partidária, o PT saia da base de apoio do governo Cid. "Não vamos provocar crises políticas. Confiamos no diálogo para encontrar o melhor acerto."
Nesta sexta-feira (28), petistas se reúnem para o encontro de tática eleitoral do Ceará. As últimas declarações do governador estarão em pauta. "Por enquanto tratamos de tudo o que foi dito apenas como especulação. O que os delegados vão deliberar nesta reunião é se o partido aceita ou não a indicação ao Senado", diz o deputado estadual Dedé Teixeira.
Dentro do partido há uma corrente minoritária, liderada pela ex-prefeita Luizianne Lins, que defende candidatura própria ao governo. No entanto, a maior parte dos delegados petistas no diretório estadual são ligados a Guimarães, adversário interno da ex-prefeita.
"Nossa intenção não é sair da chapa governista com uma candidatura própria, mas sim liderar o processo de sucessão pelo tamanho e importância que o PT tem no Ceará", defende o deputado Antônio Carlos, partidário do grupo de Luizianne.
Via diariodonordeste
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